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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Consolação

Se me tiras o fôlego
com a tua respiração
Se me deixas tonto,
me fazes perder a direção
Se me encontras trôpego
na esquina da Paulista com a Consolação

Sabes, então, que fui feliz.
Sem querer, sem saber, sem noção.
 
 

Alto mar

Quando chegará a nau?
Nunca saberei, não
Pois navega em mar aberto,
Mar aberto,
Imensidão.

Talvez chegue no verão,
com a nau em frágil estado
cansado, exaurido, exausto;
Mas saberá que nada foi em vão.

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Se espera estar de volta antes da primavera,
põe teu barco a todo vapor,
e navega
noite e dia, em sentinela.

Já te assola a fome e a sede,
mas já se vê a terra firme,
a brancura da areia e a grama verde.
Vê, teu destino vive.

NotadaMente

Se te toco
uma música,
a vibração de nossos corpos
ditam a melodia

E ouço,
através de seu arrepio,
o tom de cada nota
em sintonia.
 
 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Morada da rua

Desque que nasceu
Não soube o que é ter lar.

Não sabia brincar,
Não sabia ler,
Não sabia ver além.

Não tinha teto,
Não tinha afeto,
Não tinha acesso,

Não tinha medo,
desejo,
apreço,
por nada,
nem ninguém.

A vida lhe ensinou a não ter tudo,
A ser duro,
Maduro.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Geladeira

De tanto ser fria,
congelei as ondas do rádio,
o sinal da tv
e a energia de toda a casa.

Mas, no dia do degelo,
Desliguei-me por um instante,
(Somente)
E a casa inteira voltou a ser valsa.