Sob o canto de uma voz branda
vinda de fora,
sabe-se lá de onde,
e a luz de seu abajur,
Alice pôs-se a escrever.
E escreveu cada letra
como uma peça de quebra-cabeça
calmamente,
e, de repente,
ficou em dúvida entre ler e ser:
Abriu a porta,
olhou lá fora,
subiu em uma árvore no quintal,
laranjeira,
se jogou,
e na queda pôde alcançar uma folha verde,
a segurou aberta entre as mãos,
e desceu, flutuou
como uma pluma.
Não chegou a tocar os pés no chão,
uma brisa a levou para longe,
para o bosque da cidade.
Assim que sentiu a firmeza do solo, soltou a folha
que repousou lentamente numa fonte,
cristalina,
com uma placa.
Aproximou-se,
podia-se ler:
"Uma moeda por um desejo"
E desejou ter o mais belo de todos os sonhos!
Lançou uma moeda.
Teve sono,
bocejou,
quis manter-se acordada,
desbravar os mistérios do bosque,
mas não,
dormiu...
A luz do sol a fez abrir os olhos
num despertar vagaroso,
tinha em sua mão um lápis
e alguns rabiscos
que ela mesma tinha feito.
Levantou da cadeira,
foi até o espelho...
Ainda era ela mesma,
mas ainda assim,
ficou em dúvida entre ler e ser...
Um comentário:
Chapeleiro: Será que eu estou enlouquecendo?
Alice: Sim, vc esta! Mas, vou te contar um segredo: as melhores pessoas são assim. ��
Postar um comentário